Em resposta à minha menção de bater palmas na conferência Together for the Gospel, Steve comentou:
“Eu cresci no tipo de igreja onde bater palmas era extremamente reprovável. Mais tarde, como um adulto, me envolvi em cenários mais contemporâneos… onde bater palmas, durante e depois das músicas, era a norma… Recentemente assisti a uma gravação ao vivo em DVD de uma banda em específico interpretando de maneira incrivelmente delicada e comovente “I Love You, Lord”. Quando o último acorde suavemente dissipou, o público começou a vibrar e aplaudir. De repente, pareceu-me inapropriado”.
Em um sentido mais geral, Jon perguntou:
“Como devemos tratar mandamentos dos salmos sobre aplaudir, gritar e dançar, que não são necessariamente repetidos no Novo Testamento? Somos responsáveis por obedecê-los como mandamentos ou são expressões bíblicas que nos dão exemplo de como amar o Senhor com nossos corpos?
Por uma questão de brevidade, vou me concentrar apenas em bater palmas nesta postagem. Eu planejo compartilhar alguns pensamentos sobre expressão física mais tarde.
Uma compreensão correta do que Deus diz sobre bater palmas começa com o reconhecimento de que a Palavra de Deus tanto ordena como exemplifica a adoração que é externa, e não simplesmente interna. De fato, muitas das palavras gregas e hebraicas que traduzimos para “adoração” têm a ver com movimento físico, seja se curvando, dobrando-se ou levantando as mãos.
Em segundo lugar, precisamos reconhecer que o que fazemos com nossos corpos é para refletir o que está acontecendo em nossos corações. Qualquer tipo de expressão física, batendo palmas ou não, é inaceitável como adoração a Deus, a menos que nasça de um coração que realmente ame a Deus ou deseje amá-Lo mais. (Amós 5.23-24; Marcos 7.6)
Terceiro, precisamos distinguir entre aplausos e palmas rítmicas que acompanham uma canção. Não parece haver qualquer indicação de que Deus esteja a falar de palmas rítmicas quando a Escritura nos diz para bater palmas. No entanto, pode ser uma maneira de usar os membros de nossos corpos para dar glória a Deus se estivermos mais focados nas verdades que estamos cantando do que na própria música.
Na Escritura, bater palmas conota diferentes atitudes, dependendo do contexto. Pode significar alegria, aprovação, zombaria, julgamento ou louvor. (Salmo 98.8; 2 Reis 11.12; Lamentações 2.15; Ezequiel 6.11; Salmo 47.1). A pergunta que precisamos fazer é o que significa bater palmas quando nos reunimos como igreja local? Será que isso sempre significa, como alguns afirmam, que estamos dando glória aos homens ao invés de Deus?
Essa pergunta me lembra do que acontece muitas vezes nos casamentos. Quando a noiva e o noivo alcançam aquele momento há muito esperado em que eles têm permissão para se beijar, as pessoas muitas vezes se perguntam como agir. Às vezes, há um silêncio contido, mas reverente. Outras vezes há um coletivo, “Ahhhhh”. No entanto, eu também participei de uma explosão espontânea de aplausos alegres, gritos e aplausos. Os convidados estão sendo irreverentes? Nunca ouvi ninguém dizer ou insinuar que sim. Estão glorificando a noiva e o noivo? Esse pensamento nunca passou pela cabeça de ninguém também. As pessoas estão permitindo que a alegria que está brotando em seus corações transborde em suas mãos. Elas querem expressar sua excitação, alegria e gratidão a Deus pelo que Ele realizou na vida deste novo casal.
De maneira semelhante, há momentos apropriados para aplaudir em um culto e momentos inapropriados. Aqui estão alguns pensamentos sobre como distinguir qual é qual.
1. Estude e ensine sobre o papel da expressão física na adoração a Deus. Explique-a nas Escrituras, de forma completa e pastoral. Isto pode ser feito num sermão, ou durante um tempo de canto congregacional.
2. Esboce reações apropriadas. Nossos pastores (somos mais de 20) normalmente sentam-se no palco, em parte para que possamos esboçar expressões entusiasmadas e um alegre compromisso com Deus enquanto cantamos. Os pastores precisam se lembrar que muitos aspectos da vida cristã não são apenas ensinados, mas capturados. (Filipenses 4:9)
3. Em igrejas menores, converse com indivíduos que consistentemente respondem inapropriadamente ou de forma que distrai os outros. Isto pode parecer difícil, mas se encorajamos uma pessoa a considerar os outros mais do que a si mesma como um ato de adoração, seremos mais amáveis do que críticos.
4. Não permita que o aplauso se torne rotina ou mecânico. Nossa igreja aplaude regularmente no final da pregação da Palavra de Deus, no meio de uma música ou mensagem, ou quando alguém está testemunhando da graça e poder de Deus. Geralmente é uma resposta cheia de fé para expressar apreço por uma visão mais clara de Deus, suas obras, ou sua Palavra. Naturalmente, nós também usamos aplausos para honrar aqueles a quem a honra é devida. (Romanos 13:7)
5. Acima de tudo, pregue os magníficos atributos de Deus, centrados no Evangelho, para elevar o afeto das pessoas por seu Deus. Não se distraiam com a questão secundária de COMO nossos corações expressam devoção a Deus. Em vez disso, concentre-se em QUEM estamos dando glória e quão digno Ele é de ser exaltado em nossas mentes, corações, vontades e corpos.
Por: Bob Kauflin. © Worship Matters. Website: worshipmatters.com. Traduzido com permissão. Fonte: To Clap or Not to Clap?
Original: Bater ou não bater palmas? © Cante as Escrituras. Website: 192.168.0.154:8888/cante. Todos os direitos reservados. Tradução: Augusto Magalhães. Revisão: Filipe Castelo Branco.