Em 2009, durante a conferência WorshipGod, tive a oportunidade de ministrar um seminário chamado: “Do que você está falando? O que dizer quando você não está cantando”. Abordei a antiga questão sobre o que falar quando se está liderando pessoas na adoração congregacional. Que palavras podem inspirar as pessoas a adorarem a Deus enquanto cantamos, e que palavras podem impedi-las de cantar?
Comecei compartilhando que nosso primeiro foco não é o que dizemos em público, mas o que buscamos em particular. Dizer as coisas certas sem ter o coração certo leva à hipocrisia. Não devemos esperar que a igreja seja afetada por verdades que nós mesmos não fomos afetados por elas.
Eu passei a compartilhar alguns dos estereótipos comuns em líderes de adoração que encontrei ao longo dos anos, seja em mim mesmo ou em outros. Talvez você reconheça alguns deles.
O professor – A partir dos dez minutos de explicação que ele dá entre cada música, você sente que ele deseja ser o pastor ou acha que deveria ser. Ele quer que você saiba que ele é muito mais do que um mero músico.
O emocionado – Você sabe que ele é movido por algo, mas não tem certeza do que exatamente. Em vários momentos ele exibe lágrimas, risos, mudanças de volume – se você soubesse o que o afetou tanto. “Jesus! Ele é simplesmente incrível. Quero dizer, é incrível… eu mal posso acreditar… sabe o que quero dizer?”
O mudo – Você não sabe se ele não tem nada a dizer, se tem medo de falar na frente de muita gente, ou apenas quer que você descubra tudo sozinho. Às vezes acompanhado de longas pausas dramáticas entre as músicas.
O repórter – Ele lhe fornece informações, detalhes, estatísticas, fatos, tudo de forma nada emocional. Útil para alguém que trabalha em um balcão de informações. Mas não funciona tão bem quando você quer se dirigir ao coração das pessoas para adorarem a Deus.
O andarilho – Você não está bem certo para onde ele vai ou onde esteve enquanto fala, mas espera que faça sentido pra alguém: “Só em Jesus… Um homem sozinho. Eu tenho estado sozinho. Tipo, é uma sensação ruim. Sozinho. Não quero ficar sozinho. De jeito nenhum”.
O líder de torcida – Quer que você esteja animado do começo ao fim e usará qualquer número de técnicas para levá-lo até lá e mantê-lo lá – pulando, gritando, balançando as mãos, movendo-se de um lado do palco para o outro, mantendo um longo contato visual, etc. “Aqui vamos nós! Vamos lá! Vamos cantar de maneira significativa!”
O filósofo – Gosta de considerar possíveis interpretações e implicações da letra sem chegar a nenhuma conclusão definitiva. “Você sabe quando cantamos essa frase, ‘Luz do mundo vieste a terra’, me faz pensar de que tipo de passo estamos falando. Foi como um degrau de escada ou mais como um pulo? Você sabe, foi realmente um degrau? Foi um pequeno passo para Jesus, mas um salto gigantesco para a humanidade? Eu não sei”.
O místico – Steve tem uma voz bem peculiar de “líder de adoração” que difere da voz “falada normalmente”. Pode ser um sussurro ofegante ou uma voz bem alta. Em ambos os casos, você se pergunta se agora o Espírito está no ramo da modulação da voz.
Com todas essas maneiras de errar, você pode pensar que é melhor não dizer nada. Porém, acho que há boas razões para dizer algo enquanto lideramos o canto congregacional. Vou compartilhá-las no meu próximo artigo.
Publicado originalmente em Worship Matters. Traduzido com permissão.